Com o intuito de ajudar o nosso Cliente a maximizar o investimento realizado, dinheiro e trabalho, passamos a dar algumas indicações e sugestões que, também fruto da nossa experiência de mais de 80 anos, temos por convenientes partilhar:
TERRENO/CLIMA/REGADIO – É o factor principal.
Da sua natureza e predisposição hão-de resultar a escolha das espécies cultivares, a preferência dos porta-enxertos, a recusa de certas variedades, a determinação do sistema de plantio, a opção das futuras podas, etc..Um dos elementos a considerar é o clima desse terreno, nomeadamente quanto á presença de altas temperaturas ou frio/geadas, se é batido pelos ventos ou deles resguardado, se é de regadio fácil e abundante ou relativamente seco, se as chuvas se prolongam habitualmente pela Primavera fora e recomeçam cedo no Outono ou se o índice pluviométrico é reduzido. Estas conclusões levarão à preferência de variedades que floresçam cedo ou mais tarde conforme as conveniências.Por outro lado, a predominância do calcário ou a sua diminuta existência, a natureza ludra ou arenosa, o facto de ser compacto ou aberto, tudo isto são também elementos que determinam as opções.Como se vê, é de grande vantagem que o nosso Cliente se enriqueça com estudos atentos, nunca esquecendo a hipótese de recorrer ao conselho de um bom técnico.
SISTEMAS DE PLANTAÇÃO – Existem diversos.
Em quadrado, em quincôncio, em rectângulo e até outros. A escolha de um deles depende de muitos factores, entre eles a forma do solo, a consociação de cultivares, a pujança destes ou outros. Tipicamente e para árvores de porte normal poderão plantar-se por hectare, 10.000m2, as seguintes quantidades de árvores:
METRO ENTREFILAS | METROS ENTRE LINHAS | ||||||||
2 | 2,5 | 3 | 3,5 | 4 | 4,5 | 5 | 5,5 | 6 | |
1 | 5000 | 4000 | 3333 | 2857 | 2500 | 222 | 2000 | 1818 | 1666 |
1,5 | 3333 | 2666 | 2222 | 1904 | 1666 | 1418 | 1333 | 1212 | 1111 |
2 | 2500 | 2000 | 1666 | 1428 | 1250 | 1111 | 1000 | 909 | 833 |
2,5 | 2000 | 1600 | 1333 | 1142 | 1000 | 888 | 800 | 727 | 666 |
3 | 1666 | 1333 | 1111 | 952 | 833 | 747 | 666 | 606 | 555 |
3,5 | 1428 | 1142 | 952 | 816 | 714 | 634 | 571 | 519 | 476 |
4 | 1250 | 1000 | 83 | 714 | 625 | 555 | 500 | 454 | 416 |
4,5 | 1111 | 888 | 747 | 634 | 555 | 493 | 444 | 404 | 370 |
5 | 1000 | 800 | 666 | 571 | 500 | 444 | 400 | 363 | 333 |
5,5 | 909 | 727 | 606 | 519 | 454 | 404 | 363 | 330 | 303 |
6 | 833 | 666 | 555 | 476 | 416 | 370 | 333 | 303 | 277 |
ENCOMENDA E RECEPÇÃO
Depois de tomada uma linha de acção, deverá encomendar quanto antes o número, as espécies e as variedades das plantas desejadas, ordenando que se proceda à expedição ou à reserva das mesmas, consoante convier e for próprio em relação à época. Chamamos a atenção para as nossas condições de venda presentes no nosso Catálogo que se encontra disponível aqui na “internet”. É da prática tomar-se todo o cuidado e diligência, pois a produção de árvores em qualquer viveiro não é ilimitada e, se já estiverem esgotadas, isso poderá obrigar ao atraso de mais um ano na plantação ou esta ser feita com árvores menos convenientes. Em certos casos, convirá encomendar enxertia para o ano seguinte.Logo que seja recebida a encomenda, deverá proceder-se ao desembaraço da embalagem e é da máxima conveniência abacelar quanto antes as árvores, mesmo que se esteja a proceder à plantação. Abacelar consiste em soterrar a raiz com leve camada de terra e uma rega abundante. Essa operação evita mais longo contacto da raiz com o ar e permite que as árvores esperem um relativamente longo período para a plantação definitiva.
PLANTAÇÃO - Vários cuidados são de recomendar.
Se se tratar de uma plantação de poucas árvores, para cada uma deverá ser aberta uma cova com cerca de um metro cúbico (1 m3), a terra que tem húmus, ou seja aquela que resulta dos cultivos, normalmente mais escura, deverá ser colocada num lado; a terra do fundo irá para outro. A de cima deverá ser lançada no fundo da cova, intimamente caldeada com um ou dois cestos de estrume ou outra matéria orgânica (esta quantidade indicada pelo fabricante). Sobre essa camada, deverá colocar-se a planta bem aprumada e com as raízes espalhadas. Sobre a raiz, depois daquela operação, deve-se lançar a terra que saiu do fundo da cova, de modo a rasar e a fazer uma caldeira.Se se tratar de um pomar grande, dever-se-á primeiro revolver bem o terreno com uma surriba geral. Depois se mandarão abrir as covas de cerca de meio metro cúbico (0,5 m3). A incorporação do estrume ou matéria orgânica poderá ser feita ao mesmo tempo da surriba ou nas covas. Quanto ao mais, se fará como acima.Num e outro caso há um cuidado indispensável e cuja inobservância acarreta normalmente a perda do pomar ou o atraso de vários anos: deverá a árvore ficar plantada à mesma profundidade que tinha no viveiro, circunstância que um simples olhar indica.Também em qualquer dos casos é conveniente colocar um tutor em cada árvore, sendo inconveniente que a árvore seja atada no momento da plantação, pois esse facto iria evitar que a planta acompanhasse o abatimento da terra, obrigando-a a ficar suspensa ou demasiado alta. O atamento deverá ser feito tipicamente oito dias depois tendo o cuidado de o tutor não ficar a ferir a árvore.
ADUBAÇÕES – Tarefa complexa á qual nos limitamos a sugerir o máximo cuidado.
É sabido que em regra o interesse é colher o máximo de frutos e aguentar a árvore. Mas também se sabe que, na generalidade a árvore produz fruto para produzir semente, em obediência ao princípio universal da propagação da espécie. Daqui resulta que este princípio só obriga a árvore a produzir o máximo de frutos e, com estes, de sementes, quando se aproxima da morte. Poder-se-ia concluir que é de interesse para o pomareiro deixar enfraquecer as suas árvores, mas é evidente que teria de plantar novos pomares e, quando muito, isso apenas interessaria ao viveirista.Por outro lado, a árvore demasiado pujante oferece lindo espectáculo à vista, mas, sempre em obediência àquele princípio universal, essa árvore produz menos ou nada.É o equilíbrio entre os dois extremos que interessa, como sempre. Daí que, em regra, adubar demais resulta em produzir menos; e adubar de menos resulta na morte do pomar.Os elementos fertilizantes são de diversas espécies e de diferentes efeitos. Há solos que exigem a junção de calcários, de azoto, de fósforo ou de potássio, boro, etc.. Por outro lado há espécies de árvores que preferem uns fertilizantes a outros.Sobre este assunto há uma larga literatura; mas é sempre conveniente recorrer a técnicos competentes e até a serviços com os seus laboratórios. A nossa experiência aconselha a que se recorra o máximo às matérias orgânicas, acima de tudo estrume; os químicos, já pelo seu preço, já pelo seu perigo, deverão ser usados com muita parcimónia e cumprindo sempre as regras de segurança. No seu manuseamento e aplicação.
PODAS E DESINFECÇÕES – São também dois capítulos importantes.
Existem muitas formas de poda: em vaso, livre, palmeta, etc.. A que deve ser preferida depende de muitos factores, entre eles o comportamento próprio da variedade e de cada uma das formas. Quanto aos tratamentos, tantos são os produtos do mercado e tão difusa está a respectiva propaganda que nos limitamos a chamar para esta a atenção de se ir verificando a necessidade de estudar as várias enfermidades fitopatológicas e o modo de as combater.
POLINIZAÇÃO – Factor por vezes esquecido ou menosprezado, contudo, importante.
Sabe-se que a fecundação da flor é operação essencial para a frutificação; sem ela, impossível é haver frutos. Mas também se sabe que há árvores cujas flores estão desprovidas dos órgãos que produzem o pólen. E, se no pomar não existir qualquer factor que conduza das flores de outras árvores pólen conjugável, os frutos não aparecerão. Isso consegue-se com a disseminação por entre o pomar de variedades que têm a faculdade de serem polinizadoras de outras. Há, contudo, um factor que supera essas deficiências e que melhora, de uma maneira estatisticamente comprovada, a produção: é a colocação de colmeias de abelhas perto dos pomares.
INDICAÇÃO FINAL
Depois de apontadas diversas facetas ao longo destas Indicações Úteis que podem significar outros tantos problemas ou dificuldades, poderá o nosso Cliente sentir certo desfalecimento no intento de melhorar e aumentar o seu rendimento. Será caso disso?Entendemos que não! E hoje mais do que nunca!Hoje, na concepção político-geral que está na base de um Portugal Europeu, encarando de verdade a função eminentemente social da TERRA, é premente fazê-la render, muito embora não seja necessário abandonar ou reprimir o legítimo deleite de se dar à contemplação do belo, enternecer o seu coração com o contacto com a Mãe Natureza, sentir em suas mãos as titilações próprias da Criação.Nova satisfação surgirá, aliada ás outras já referidas: a de se sentir socialmente útil e imprescindível, um autêntico Ser evoluído e responsável.As punições legais para aqueles que não queiram sacar rendimento da sua terra servirão principalmente e apenas para o encorajar e não desanimar.Haverá novas concepções, novos impulsos, novas organizações, novos horizontes com variantes para a fruticultura, floricultura e silvicultura.Uma das ajudas – nada menosprezível e com ela podem contar os nossos Clientes – baseada na nossa experiência de mais de 80 anos, honesta, competente e actualizada, oferecem os